quarta-feira, 23 de julho de 2008

Árvore

Porque hoje a dor voltou e faz lembrar impermanências. Solta, desagarra de tudo o que acredita ter construído e que sente saudades. Permita que o ar flua em suas correntes invisíveis. Não há despedidas, pois os caminhos continuam. Abrigue-se na entrega. Seja um fio na tecelagem da vida. Nada retirado, tudo atribuído. Relembre que é luz e nada mais do que isso. Desfaça-se. Qual é a alegria ou a dor que lhe espera se teus dias terminam com o vigor de um corpo que pede sono? Seja o caminho, conecte-se e ressoe tantos outros. Vai, mesmo sem saber, com seu ritmo em sintonia com a vida. Semente que germina na terra, enraíza e floresce árvore, e mesmo plantada em um canteiro de concreto em meio a cidade fria, oferece ar puro e sombra fresca.

Fernanda Yuri
Dia de pausa

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