quinta-feira, 28 de maio de 2009

Suspiro

Queria sair daquela cadeira e respirar algo que não fosse o ar compartilhado com aquelas três ou quatro dezenas de pessoas que dividiam aquele salão. Olhar e enxergar tudo, menos aquele objeto. Retirar, aos poucos, as correntes que a mantinham ali. Talvez, palavras que não passavam de idealismo juvenil, e que logo iam embora. Outras, a mudança. Encontrava-a nos sonhos, a matéria do inconsciente.

Eny Caldo

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pedido de descanso


Por ora, a velocidade de mundo poderia mudar, tudo em câmera lenta, sem pressa, sem exatidão, onde a vida é o desenrolar da tranquilidade. Nada a cumprir, desatar, arrumar. Um momento em que é tudo mansidão. Cada um na sua, no respeito e cumplicidade do outro. Em Ruanda, mortes a facadas. Pelo ar, gripe suína. Muita gente apreensiva. Medo do quê? Sofrer. Pelo quê? Pela vida que se tem, por aquilo que se perde. Estranho é mesmo reparar que somos nós que nos embaraçamos. Tiramos de um para dar a outro e esse outro pode ser aquele mesmo que tira. Abundância e escassez. Como é que pode? É nesta hora que as coisas pequeninas ganham força. Coisas da suavidade. Na lentidão o ego se perde, afrouxa na brisa nova que sopra.

Fernanda Yuri
Dia de banquinho