sábado, 20 de dezembro de 2008

Ensina

Espaço para a gentileza na vida como a própria vida nos trata. Somos capazes de perceber, despertar e gratificá-la. A única transformação necessária. Sintamos o amor presente em todas as moléculas de qualquer composição. Tudo a esparramar-se. Nada querer para tudo ter. Nada temer e sempre viver. A névoa que embaça os olhos é somente o susto de enxergar, pois ainda nos entendemos pequenos, separados, conquistadores. Que importam os adjetivos? De certa forma, eles nunca me interessaram. Dificuldades com categorizações e ainda mais com agrupamentos. Semelhanças ou diferenciações para aquilo que é coisa única? Bom, posso ao menos ter interesse, pois a curiosidade é sempre diversão de criança, mas que seja sempre inclusiva e não de distanciamento. Não é preciso desejar ser, já somos e não há força maior do que um coração sincero. Obrigada por traduzir-se de tantas formas. Manifestando-se sempre a todo instante, captado pelos sentidos e pelos não-sentidos. Minha riqueza é poder percebê-lo e continuar. Poder compartilhar com tanta luz pelo caminho. Que minha gratidão seja sincera e sem qualquer desejo de garantias e que minhas insuficiências façam parte do despertar. Desejo que cada pessoa corresponda às suas próprias expectativas como a natureza faz e que doe sem restrições aquilo que é. Obrigada por existir tudo aquilo que perfuma os sentidos, não os excessos, mas o essencial, o suficiente. Obrigada por me permitir amar, com tamanha grandeza, as sutis descobertas. Posso dormir tranqüila, ao menos, essa noite.

Com amor,
Fernanda Togoro
Ano de 2008

sábado, 8 de novembro de 2008

O pêndulo

É meditando que a gente percebe que existe intenção anterior a qualquer forma.

Fernanda Yuri
Dia de colorido de Gandhi

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A transbordar

Por meio do que transborda, surpreender a si mesmo...
Tarde, as palavras já se foram, me resta apenas um pouco de espontaneidade. Sei lá também o que é ser espontâneo. Dificuldades com traduções, registros que não quero. Passageiro como o vento. Aquilo que minha mente desconhece é o que mais me interessa. Lá, neste lugar que não sei, reina o coração e ele se sente livre, desperto, contente. As demais noções deixo aos outros. Processos diferentes que se ligam em estalo de dedos. E nos entre-caminhos a gente brinca como duas folhas no ar. Fotografia de um momento. Memórias e só. Tão bela e eu ainda continuo (ou não) a me perder em seus instantes, realidade criada. Fantasia? O que conduz todos à mesma rotina, aprisionamentos, buscas? Eu sei que sorri, ao canto, quieto por enxergar. Ser na vida coadjuvante é perceber tantos protagonistas. Dar e ganhar espaços. Pode seguir em frente, à vontade. Fico a balançar como as árvores com raízes fincadas neste terreno a orar silenciosa. E nos cumprimentamos “até logo, nos vemos em breve”, e sim, nos veremos. Deixa fluir o teu canto, como diz o poeta.

Alguma lembrança. Textura de pele de bebê. Gosto de bala de côco caseiro. Cheiro doce que todo mundo tem. Cor de carne iluminada por um foco de luz. Som das águas em corredeiras. Quando se une amor e liberdade: compaixão.

Fernanda Yuri
Dia de Profa. Lia Diskin

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mil vezes o amor

O dia sem início e fim. Tudo é Sabino. O que diriam Eduardo, Hugo e Mauro? Que o amor seja maior do que toda angústia, medo, egoísmo, disse o poeta.

Fernanda Yuri
Dia de Encontro Marcado

sábado, 25 de outubro de 2008

Trechos de “Encontro Marcado” de Fernando Sabino

p. 86 - “Tiraram a sorte, coube a Mauro começar.
- Bem: primeiro, o que penso de mim. Antes de mais nada, sou um sujeito inteligente, bastante inteligente. Mas de uma inteligência intuitiva, nada lógica, feita de iluminações, de clarões... Não sei se vocês estão me entendendo.
- Estamos. Continue. Começou bem.
- Inteligência de poeta. Sou um poeta. Agora: sou um desajeitado para viver. Não sei comprar uma camisa. Sou grosseiro, vulgar, suado, me sinto proletário, emigrante, pesado, sujo. Amo as pessoas e as coisas.
- E as mulatas.
- Não avacalhem. Amo as pessoas e as coisas mais do que sou amado. Sou um pobre-diabo. Mas um pobre-diabo lírico, cheio de riqueza interior. Que não troco pela satisfação bem comportada dos ricos em espírito. (...)
- Você, Lord Byron, é inteligente também, mas uma inteligência fina, penetrante, como aço, como uma espada. Ao contrário de mim, você é mais capaz de se fazer amado do que amar. Sua lógica é irresistível, mas impiedosa, irritante. É desses remédios que matam a doença e o doente. Você tem sentimento poético, e muito - no entanto é incapaz de escrever um verso que preste. Por quê? Sei lá. Há qualquer coisa que te contém, que te segura, como uma mão. Sua compreensão do mundo, da vida e das coisas é surpreendente, seu olho clínico é infalível, mas você é um homem refreado, bem comportado, bem educado, flor do asfalto, lírio de salão, um príncipe, nosso príncipe de Gales, como diz o Hugo. Tem uma aura de pureza não conspurgada, mas é ascético demais, aprimorado demais, debilitado por excessos de tratamento. Não se contamina nunca, e isso humilha a todo mundo. É esportivo, é atlético, é saudável e prevenido contra todas as doenças, mas, um dia, não vai resistir a um simples resfriado: há de cair de cama e afinal descobrir que para o vírus da gripe ainda não existe antibiótico.”

p. 145 - “De tudo ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”

p. 167 - “Não posso responsabilizar ninguém pelo destino que me dei.”

p. 180 “- Você nunca mais teve aquelas coisas não? - Perguntava Antonieta, preocupada.
- Não: às vezes sinto uma ameaça, mas já tenho minhas defesas. O segredo é ir para a frente e não para trás: é uma espécie de lodoçal, em que a gente mete o pé. Se parar para tentar arrancar o pé, acaba deixando o outro e se afundando a cada novo esforço, compreende? Atolando-se no lodo até a boca, sabe como é?”

Outras páginas
“Não analisa não.”
“Buscavam um sentido, além da espontaneidade de viver.”
“Temos é de escrever, denunciar através da arte, dar nosso testemunho. Somos escritores, intelectuais, nossa missão é outra.”

O livro veio e foi às pressas programado de acordo com a viagem de Yukari.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Laranja e quente dia treze

O dia sorri brincalhão. Após um período preguiçoso, acordou e veio me chamar para contemplar o espetáculo.

Fernanda Yuri
Dia de vinte e seis

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dia de Chuva

A chuva além de molhar faz a gente enxergar diferente. Quando chove é bom ficar quieto a reparar nos detalhes. É a gota que bate, se espalha e bate de novo. É a menina que sente o corpo molhado mas não enxerga os pingos que aos poucos a encharcam. São as árvores, plantas e flores que sorriem brincando molhadas. É dia cinza se é chuva emburrada ou casamento de viúva se é refresco em dia quente. Dia de chuva é meio a gente. Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Tem gente que gosta, outros que se escondem. Os dias têm sido assim, e a aparente timidez tem surtos relampejados.

Fernanda Yuri
Assim.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Desabafo

Estou triste, por mais que eu acredite em um futuro melhor;
Perdi uma batalha, mas não a guerra; e sei que persistência é vital
Eu canso, sem saber onde estou, no começo, no meio, ou quiçá no fim da travessia,
Pela primeira vez senti meus sonhos, desejos mais profundos dizendo para o racional, que estavam cansados, exaustos;
Frases de efeitos, ditados populares, a vida escrita nas estrelas nada faz sentido quando se tenta e por pouco ou por muito o sonho ainda não foi concretizado
Na vida de duas faces, a mesma que adia na melhor das hipóteses o sonho palpável também consola, por ser cíclica e mutável sempre
Mas agora nada disso importa, porque como sempre e como nunca aconteceu, eu queria para ontem.
Cibele Quirino (texto + velhinho, o mesmo do sarau)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Tanto faz


E já é tudo de repente diferente. Deixando de ser e sendo no exato momento. A chama dança solta pra lá e pra cá e dançando com o carinho do vento permanece acesa. Sigo silenciosamente e ainda tantos apegos se fazem presentes. Muitas vezes o choro vem com o medo ou com o encanto, não sei mais levar a vida sem repousar em luz. Luz de dentro, luz de todos.
E quem sabe, viver como Vinicius? Amando. Como se a gente ao pisar no chão, a cada batida do pé, fosse capaz de espalhar paz e uma corrente se conectasse. Mas é não sabendo que aprendemos, não? E talvez essa seja a exatidão do que é ter vida. De resto? A gente só acha que conquistas são acumuláveis: dinheiro, livros, títulos, horas ocupadas, e-mails, desejos, cada um dentro de suas especialidades. Um dia quem sabe, perda ou ganho, tanto faz.

Fernanda Yuri
Dia de noite fria

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Carta aos Agentes da Paz

O que faço com isso que agora tenho em mãos? Vida e vidas transformadas. Agradecimento profundo por ressoarem novos modos de compreensão. O que é modelado? Corações. Dos outros, os nossos? Há tanto a fazer. Desejo sincero que almas se encharquem de amor. Enxerga? Há luz e sempre haverá. Tranqüiliza. Estende a mão, descansa e abraça porque você pode. É humano e sempre terá suspiros de alívio. Segundos de sublimação. Plenitude contagiante. Cada um que entrega solidariedade, semeia e recebe frutos doces. Preza por tua docelidade e gentileza. Não se abandone pois sua jornada continua e é bela, pois é assim que você é. Obrigada Agentes da Paz. UMAPAZ 2008.
Fernanda Yuri
Dia de novas compreensões

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O brilho

Sua vitalidade e entrega sempre me impressionaram. Na segunda-feira que passou, 28 de julho de 2008, a Escola Municipal de Ensino Fundamental que leva seu nome foi inaugurada. Minha tia foi homenageada pela cidade que ela acolheu e tantos ajudou. Não fui à abertura oficial da unidade escolar, mas fico aqui refletindo sobre o quanto ela fez pelas pessoas. Tanta dedicação, tantos sorrisos. Talvez a perda de algo muito importante na vida de alguém paralise a ação, outras vezes, impulsione a entrega e o desapego. Ação abnegada de frutos multiplicadores que permite o movimento no dharma. Quem assim vive, faz uma falta danada. E todo mundo ao se lembrar, se perde no brilho dela. A vida pode parar pela perda. Quem pode julgar? Tanta gente animada com a nova escola só faz orgulhar porque ela fez muito e continua fazendo. Escola Municipal de Ensino Fundamental Hermínia Araki.

Fernanda Yuri
Dia de multiplicação

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Árvore

Porque hoje a dor voltou e faz lembrar impermanências. Solta, desagarra de tudo o que acredita ter construído e que sente saudades. Permita que o ar flua em suas correntes invisíveis. Não há despedidas, pois os caminhos continuam. Abrigue-se na entrega. Seja um fio na tecelagem da vida. Nada retirado, tudo atribuído. Relembre que é luz e nada mais do que isso. Desfaça-se. Qual é a alegria ou a dor que lhe espera se teus dias terminam com o vigor de um corpo que pede sono? Seja o caminho, conecte-se e ressoe tantos outros. Vai, mesmo sem saber, com seu ritmo em sintonia com a vida. Semente que germina na terra, enraíza e floresce árvore, e mesmo plantada em um canteiro de concreto em meio a cidade fria, oferece ar puro e sombra fresca.

Fernanda Yuri
Dia de pausa

terça-feira, 15 de julho de 2008

Livro do Mês: Cacos para um Vitral (Adélia Prado)

(Empréstimo de Simone Costa, amiga querida)

Trechos
p. 25 - "Maria lhe pedira: quero sair daqui e trabalhar num escritório em Bambuí. Por que Bambuí, filha? Quero saber o que sentem as meninas que não tem as coisas como eu tenho. As pernas de Glória amoleceram. Seria menos duro se a menina dissesse: mamãe, vou me casar amanhã. Não soube dizer do obscuro desejo do seu coração, mas Glória tinha certeza, vou para um escritório em Bambuí, sem que a menina soubesse em sua inocência, significava: pai, não quero sua casa, sua veste, sua comida, seu amor equivocado."

p. 26 - "O social é uma descoberta penosa, a consciência do coletivo, não é, Gabriel? Você não acha? Não pensa assim também, hein, Gabriel? hein? hein? Vê se fala sem brigar comigo, ele respondeu. Fala sem raiva, desfranze essa testa. Seu pessoal é muito aflito, ah, assim tira o gosto de viver."

p. 38 - "Tomava banho 'sabendo', 'sabia' que namorava, assistia-se existindo, exaurida, desejando ser expulsa de si para gozar a existência como coisa, bicho e algumas pessoas parecem gozá-la."

p. 65 - "No caderno de Glória: um romance é feito das sobras. A poesia é o núcleo. Mas é preciso paciência com os retalhos, com os cacos. Pessoas hábeis fazem com eles cestas, enfeites, vitrais, que por sua vez configuram novos núcleos."

p. 67. - " Quando recuperava a alegria, Glória ficava íntima. E descobria: desde toda dua vida, o medo, o sentimento de culpa não a preservavam, antes a endureciam. Mas estar alegra era possuir intimidade, seu corpo não era mais feito de partes, mas uma só coisa harmoniosa, ajustada, digna de amor e amar e fazer os outros felizes."

p. 79 - "Visto desta janela, o ser humano não tem culpa de nada."

Tem sangue que pulsa para além do corpo. Assim é Adélia, para mim.

Fernanda Yuri
Dia de antigo perceber

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um capricho do sol no jardim do céu

Existe tanta clareza dentro de nós e por que é tão difícil enxergá-la? Buscamos tantas referências, azulejamos chãos de terra quando pisar descalço é livre e permitido. Falamos sobre respeito ao próximo, mas a gente se respeita? Do jeito que é, da maneira como nos redescobrimos? Sobrevoei por alto o Ganges e há tanto ali e no infinito. Tanto há na particularidade de cada ser e no não-ser. Em cada expressividade. Há indianos que se banham em rios sagrados, há índios que caminham pelas trilhas nas florestas tropicais, há gente lutando pela sobrevivência, há populações ribeirinhas. Há tanto desconhecido. Quais são as seguranças que te figuram? O que é que na ilusão lhe prende impulsionando o teu caminho? O que é aparente? O que é teu, interior? Nessa fase de incertezas certas, continuarei deixando que a alma tenha a mesma idade do céu.

Fernanda Yuri
Dia de calma. Tudo está em calma.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O impulso

O que eu tanto gostei em você que ainda faz que seu calor cheiroso permaneça em mim? Bem sei que gosto da sua desordem, de seu caos, das suas tentativas mesmo já tendo tudo certo. Porque você é tiro certeiro, vida garantida de bons desafios e belezas tamanhas. É construtor de sonhos que ajuda a criar um mundo menos sufocante mais fantasioso, e está criando seu próprio realismo fantástico com seus brinquedos prediletos. Você me traduziu tanto as distrações todas que passei a me interessar por elas. Inesquecível! É isso que você é e será sempre para mim!

Fernanda Yuri
Dia de cosmo estrelado

domingo, 22 de junho de 2008

Travessia sob as estrelas

Eles atravessaram meio mundo. Pararam na Malásia, no Cabo da Boa Esperança e cruzaram o Atlântico. Meu pai fez o caminho inverso no "Africa Maru. Paradas em Los Angeles, Belém, Recife e a descida no Porto de Santos. 45 dias", dizia. Quem dera pudesse entender a grandeza do que me faz ser eu.

Fernanda Yuri
Dia de Homenagem

terça-feira, 17 de junho de 2008

Anotações na madrugada

Eu, que de tanto sufocá-lo em minha suposta visão da certeza, hoje deixo que ele se vá. Vá e não precisa voltar. Suas memórias foram cimentadas na matéria que me dá forma neste mundo. Não preciso mais de rédeas, deixei de ser cavalo para assumir a postura de uma gaivota. Dessas que voam por aí e só sossegam quando o corpo emite um alerta de que algo não está bem. Um vôo aprendiz. consciente. Racionalidade com uma pitada de ilusão. Ilusão que acalma os sentidos. Outra dimensão do mundo, necessária para sobreviver.

Eny Caldo

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sem saber

Eu gosto das coisas sem forma e sem presença mesmo. Sabe aquela pessoa misteriosa que escreve no blog adorado, personagem predileto de livro, namorado fantástico da amiga? Todos eles deveriam permanecer fantasmas. Assim a fantasia permanece, sempre lá, a ser sonhada. Quero furar os olhos de quem? Talvez os meus. Para não julgar com o olhar, para ser sensível pelos poros, pelos neurônios e por aquilo que a gente desentende. Tão bonito ser desentendido, não precisar de certeza nenhuma, se perceber que nem todos que simplesmente não sabem ou não se sentem mais nem menos que um outro que defende suas certezas. Hoje me disse um amigo que descobrira o motivo de sua vida. O dele é a música. O meu, descobri ontem depois de kilos de pensamentos soltos, é a não-certeza. Me desagarro de convicções, para quem sabe, viver o belo ao invés de achar que o entendo. Vivendo a amizade. Doces amigos, tríade de tantos risos descompromissados. Mesmo sem saber, a gente foi lá e se permitiu o encontro.

Fernanda Yuri
Dia em que a tríade quase foi beijada por um caminhão e riu.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quinquilharias

Detesto perder gente. Posso perder tudo. Chave do carro, piercing do nariz, a hora, compromisso importante, o último dia do filme em cartaz, aquela exposição única na Pinacoteca, uma cena engraçada, um sorriso espontâneo, mas gente, detesto. É perda irreparável, não há substituto e por isso, não sei lidar. Prefiro dar as costas e seguir andando me desfazendo. Tem gente que entende a vida como um acúmulo de ganhos. Acho que eu já cheguei com tanta coisa que tento, ao longo dos passos, me livrar de algumas quinquilharias em excessos. Engraçado, a mágica ser ficar pelada enquanto tanta gente busca se vestir, com Dior, de preferência, nem que seja uma bolsinha apenas. Eu prefiro mesmo é abraço cru de gente desesperada de tristeza ou felicidade, não importa, desde que seja cru. Nada de nhe-nhe-nhé. Tem que estar junto ao pessoal que joga pelada no campo de areia na prainha do ribeirão, cobrir a criança que treme de frio embaixo na ponte em noite gelada de inverno, se apaixonar mesmo por quem não quer saber. Por quê? Porque somos gente. E gente, pensando melhor, nunca é perdida pois está aqui conosco perto de alguma coisa chamada sentimento.

Fernanda Yuri
Dia de despedidas

Ps. Minha amiga? Onde estará com seus pensamentos?

domingo, 1 de junho de 2008

Costurando nuvens

Costurando o infinito num céu limpo e azul, peço descanso à nevoa e reverencio tudo aquilo que existe. Reverencio cada caminhada e percebo os passos lentos mesmo quando acreditamos que estamos correndo à nossa vontade. Quero esparramar paz por dentro e evaporá-la como água que cai chuva em terras sedentas. Quero contemplar a paz. Pura. Simples. De todos. Como agora.

Fernanda Yuri
Dia de planos

domingo, 25 de maio de 2008

Ela que ensina

Sorriso fácil. Voz desperta e preenchida. Os olhos também diziam o que sua luz emanava. Todos ali em silêncio conduzidos pelo vento iluminado que ela soprava. Ela que ensina. Lá fora, as ondas do mar entoavam o canto do oceano. Todos parados. Sendo. Intersendo. Obrigada, Sensei Coen.

Fernanda Yuri
Dia de gratidão

sexta-feira, 23 de maio de 2008

16:51 e 17:22

Adoro paixões comedidas daquelas que crianças riem sozinhas.

Fernanda Yuri
Dia de desocupados

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pergunte ao pássaro

Eu que vivo correndo, vasculhando aquilo que não sou, não sei, desconheço, estou atrás das trapaças. Há tanto. Tanto por querer e nada para tanto. Os poetas entorpecem com versos. A psicanálise diz que não entendo. A dança sente o corpo. A fé silencia. Há também filosofia e arte para lembrar que existem outros e mais cores e luz. Entrega-se vida? A quem? Por onde? Eu queria não dar nome a nada, impossível de determinar. Apenas um sentir no não-tempo, uma vida que acontece, onde o meu é seu de imediato. Queria enxergar tudo aquilo que é doado, irrevogavelmente, a todos. Sempre. Coração que pulsa, lembrança que traz sorriso, dor de aprendizado não são doações? Coisas dadas para transformar a gente e tudo. No ar, por aí. Voar dói? Queria perguntar ao pássaro.

Fernanda Yuri
Dia de Leminski

terça-feira, 20 de maio de 2008

Achava que estava aqui

Tem hora que a gente se perde por achar que entende alguma coisa.

Fernanda Yuri
Dia de tanto nada

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Girassol do Jardim

Ela já prendia a minha atenção desde quando eu nem percebia que existia. Dessa época, o que tenho de memória se refere a ela naquele barrigão imenso encostado no tanque enquanto eu afogava as bonecas nos baldes coloridos do quintal. Eu já sentia a sua presença. Fui acordada e me fizeram percorrer cobertores para encontrá-la. No hospital tudo era branquinho, muitos panos e lã branca, era ela pela primeira vez. O som delicioso de risada de criança é som vivo de infância minha.

Ela foi minha primeira constatação de vida. Olhava curiosa e a investigativa. O que via e o que sentia? Quem queria? Ela. Ela que adormecia nos meus braços quando tinhamos quase o mesmo tamanho. Ela que grudava na minha blusa para se esconder de qualquer perigo. Ela que trincou o dedo, quebrou o dente e pegou piolho. Ela que me acordava no meio do sono com a cama molhada, que ajoelhava ao chão para conferir se estava dormindo e abraçava gostoso deixando tudo quentinho e seguro.

De cabelinho liso chanel e carinha de boneca de porcelana ela seguia e ria. Ria livre, solta e desprendida. Me perguntava com o que tanto se assustava mas adorava quando ela corria para mim. Medo de piscina funda, sol do meio-dia, pimenta brava, assombração. Ela foi determinada no seu caminho e desvenda sozinha, até hoje, os seus segredos. Nos separamos, moramos juntas por uns anos, viajamos para destinos comuns. Foi estudar em outra cidade e seguiu firme no objetivo de se tornar bióloga. Sobrevoou assuntos diversos de piano clássico à anatomia humana. Meus olhos a admiram e meu coração a acompanha.

Juntas a gente se descobriu irmãs de família, de vida, de alma. Acho mesmo que descobri mais vida por você. Todas as palavras se unem em uma só: amor. Parabéns pelo aniversário, meu girassol. Hoje, 16 de maio de 2008. 22 anos.

Fernanda Yuri
Dia do maior presente

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Conversa

pega tua mão.
o corpo espera por ela.
compaixão, em forma de
desejo, que lhe chama.

dois segundos, apenas.
o suficiente para tua alma
pecadora, que derrama
lágrimas no teu peito.

o retorno para casa.
sabes o que sente e
porque ages assim.
lenta, respira. seco, olhos, seco.

Eny Caldo

Primogênito

os pratos se quebram,
o chão, esperançoso, recebe os cacos.
impressões mal interpretadas
ou, apenas, o tempo.

a rosa sempre teve espinhos e
o mundo tem os dois lados.
onipresença. Deus, será?
tudo é quente e frio.

a estrada com buracos é longa
bodhi, possível, há de surgir,
de ficar, adormecer, esparramar e
molhar o caule do amanhã.

Eny Caldo

Rabiolas de pipas

De todas as conexões estabelecidas, quais são aquelas soltas que permanecem conectadas? Como soltar e sentir despreendido, flutuante, calmo? Arrebenta onda do mar, lembre-me da inconstância das marés. O momento agora já é distinto do momento que passou.
Como pode todo o passado estar aqui presente em um único pensamento?
Aprendendo a lição do entregar.

Fernanda Yuri
Dia de pipas no ar

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Pedaços

Assim. Agora. Soltando tudo de mim no chão.

Fernanda Yuri

Dia de espaço

quinta-feira, 8 de maio de 2008

sem título

Se o mundo parasse por alguns minutos, você voltaria a fazer (ser) o que estava fazendo (sendo) antes dele parar?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Simplicidade e angústia

Caminho entre dois mundos. Dois mundos tão distantes e ao mesmo tempo tão próximos. Um dia, vejo as coisas da vida de forma simples, prática, fáceis de lidar. Outro dia, meu coração é tomado por uma angústia tão grande, que preenche todo o meu ser. É como se eu me diluísse a todo o momento em duas pessoas diferentes. Vazio. Carência. Vontade de ser ouvida e compreendida. Enquanto o mundo acontece, eu me fecho e me deixo levar por essa angústia sem explicação. E ter consciência disso também dói. Pra quê tanta dor? Eu queria a simplicidade do viver. Eu queria a frieza das coisas pro meu coração descansar um pouco. A frieza do mundo. Descansa coração. Descansa em paz.

23 de abril
Eny Caldo

Saudade

Lendo seus posts, sei que anda por essa vida. Mas onde você está?
Eny Caldo

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Calendário de Fernanda

Passei recolhendo um pouco de mim de uns tempos atrás que existiram de alguma forma, em algum espaço, de algum eu.

A garoa e as gotas
Sempre haverá os momentos de condensar para exprimir um pouco mais do que permanece lá no fundo da gente. São dias que a garoa cai fina das nuvens cinzas acima da nossa cabeça, faz frio e frio gostoso de perceber. Tudo fica mais introspectivo. É quando a gente lembra de respirar lenta e profundamente de novo. Tantos lembretes importantes que se escancaram à nossa frente somente para nos lembrar que a vida é linda e única. E a gente acaba abafando tanto do seu brilho natural, simplesmente por querer uma vida diferente, ou melhor dizendo, por ter medo de ser e fazer diferente.

04 de abril
Dia de que garoa fina pousou na pele e novas coisas parecem surgir

Vejo. Vejo... vejo?
No abandono é preciso ferir a quem nos deixa e deixar uma marca, porque não sangrenta, naquilo que nos aprisiona - na mente? É o medo do abandono, do caminhar sozinho, de não ser visto e não ser reconhecido pelas nossas mirabolantes e essenciais idéias. É perceber que a importância de nossa existência é ínfima para os outros e que são os mesmos outros que tocam a nossa pele e nos fazem perceber que temos o corpo, matéria viva. Do lado de cá, temos as janelas da alma, um olhar somente para além de nós e nunca para nós mesmos. E por meio dos outros, temos de certa forma, reconhecida a nossa existência. Assim se dá o caminhar da vida como em um jogo de espelhos. Somos o que enxergam os outros e somos refletidos pelos outros. Mas somos também aqueles presentes nos corpos que se locomovem e da mente que sonha, por si só ou em conjunto, vôos altos com destinos muitas vezes desconhecidos para cada um e para os outros.

25 de março
Dia em que a luz elétrica acabou mas a interna permanece acesa


Sendo metade bobeira porque existe o riso
É boa a vida que acontece nos intervalos. Nos segundos que antecedem a ação, nos momentos que intercalam os pensamentos. Ali existe o incompreensível e neste lugar, por ora, quero morar. Afundar em um espaço vazio, silencioso, amplo. Permitir e entregar a vida tão minúscula comparada ao cósmo e tão gigante para o ego. Singela e tão repleta de expectativas e significâncias tenho uma existência tranquila quando percebo que respirar apenas é possível e enxergar, por vezes de sorte, a beleza que mora dentro e fora desta grande rede humana. Saber o que são automotismos, condicionamentos, julgamentos para desconstruir, destruir para refazer. É uma das formas de realizar a sutil diferença entre a liberdade de e a liberdade para. Liberdade para ser de acordo com a nossa original natureza. Sem rótulos e pretensões. Sendo apenas pensamento. Isso já é muito de mim.

19 de março
Dia em que movimentos gostariam de se explodir no corpo


E veio... com defeitos que antes não tinha
Hoje, depois da espera, ele voltou. Estava mesmo com saudades. Na sua ausência, parti pro mundo, com pernas ágeis que me conduziram novamente às multidões. Como sempre, acho uma delícia perceber que é possível os movimentos para direções diferentes. Talvez, com você, me sinto um pouco presa no seu espaço. Você é falso-seguro, falso-dominado, porque mesmo com a minha diretriz tem o poder de correr riscos. Pelo tempo em que esteve ausente, percebi que de você não sou dependente. Mas sei que juntos, podemos ir mais longe e mais rápido. Quando te reencontrei, não sabia dizer se estava melhor ou no mínimo o mesmo. Só queria sair correndo com você novamente. Até a manhã respeitou nosso momento. O céu era cinza e o clima ameno, um pouco de frio após tantos dias de calor! E saímos de lá. Meio apreensiva, reparei nos seus detalhes, em como havia voltado. Só mesmo o tempo com esse poder de nos fazer até olhar diferente. Silenciosa, te observei. No silêncio, reparei que algo em você reclamava. Foi quando me dei conta que já não era mais o mesmo. Desiludi. Você voltou com defeitos que antes não tinha. O pára-brisa veio com defeito! Mas continuo amando o meu carro, todo meu, do mesmo jeito! Bem-vindo de volta! Esse defeitinho a gente arruma com o tempo, muito simples consertar certas coisas!

14 de maio


Olha a curva!
O que acontece quando o tempo do desejo não está de acordo com o tempo do realizável? Ficamos assim, cara de chocados, uma merda mesmo. A partir do desejo outras mil ilusões deliciosas se formam. Momentos em que tudo podemos, tudo somos e na mais plena realização. Papo furado. Queremos tudo para agora e da nossa forma. E a confusão começa porque a cada momento somos um com desejo diferente. Alguém pode condensar meu ar? Como castelos de cartas, meus planos se desfizeram e é preciso reformular, lidar com o inesperado, pegar uma nova curva. Tá aí um grande barato: a experimentação daquilo que não era previsto. Difícil, eu sei. Mas como sempre o jeito é seguir, pois parar é mesmo impossível mesmo que muitas vezes seja aquilo que mais precisamos.

12 de março
Dia amarelo com caras de "ham?!"


A voz que chega
Quando somos mais do que um, assimilamos alegrias mas também mais dores. Ao ouvir a voz franzina e desanimada de quem amamos nos desperta um alerta de cuidado. É sobrecarga? É cuidado? Deve ser mesmo amor. Amor que nos pertence e nos faz desejar conforto na alma de cada pessoa. Um desejo subjetivo porém existente para além da compreensão. Latente. Amar ao outro é observá-lo em todos os seus momentos com doçura e fazê-lo crer que tudo é impermanente, que tudo passa e se dissolve. Uma calma serena que nos acompanha ao dizer: "Sei que sofre, mas passará." Vai solto no caminho, desvendar os mistérios da vida. Lembre-se que sustos virão, medos podem desacelerar certos passos, mas é possível seguir. E seguimos todos para um mesmo ponto por caminhos dispersos. Hoje estou assim, assustada com a vida, novamente e talvez sempre.

11 de março de 2008
Dia cinza de ar parado

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fora do corre-corre

Esse corre-corre há tempos não me diz nada. Assusta. Assusta quando você percebe que está impregnado em você mesmo. Colado, grudado, transbordado de si. E eu que vivo a me desfragmentar, deixo escorrer um pouco de mim. Por que tantos significados pra tudo? A gente se embola na própria cola. E fica lá preenchendo a vida. Eu farei as malas e abrirei todos os poros do corpo e os cantos da alma para grudar, assim, um pouco mais de mim.

Fernanda Yuri
Véspera ansiosa de feriado prolongado

terça-feira, 29 de abril de 2008

Parafraseando

Realmente é muito bom quando a gente deixa de reparar apenas no nosso mundo e observa que todas as pessoas estão no mesmo barco. Cada um com os seus medos, angústias, dúvidas, alegrias e satisfação, claro. Porém, todos na condição de seres humanos. Seres que erram, mas que podem ser leves consigo e aprender a se perdoar. Se não fizermos isso, passaremos a vida toda remoendo as nossas decisões. E isso gera sofrimento. Depois não adianta culpar a si mesmo ou alguém. Achar o culpado nem sempre é a solução. Temos que saber fazer carinho na gente. Um pouquinho de compaixão não faz mal, não.

Eny Caldo
Dia de liberdade

domingo, 27 de abril de 2008

Os azuis dos meus olhos

Tem muita coisa ali, quietinha, parada, nem quente, nem fria, ali. Tudo, nada, sendo e Existindo. Ando por aí reparando em cores e todo dia tenho me perguntado: “Qual é a cor do céu hoje?”. Estico meus olhos nas brechinhas que os prédios, as árvores, os fios dos postes me deixam olhar. Quantos azuis novos! Todo o céu a acariciar os olhos, minhas janelas da alma. Tão bom quando a gente deixa de reparar na gente para permitir enxergar melhor, mais amplo, mais claro, mais como é. A gente percebe que o outro existe e que sofre como todo mundo. E todos podem olhar para o céu e ver o seu próprio azul. Tão bom seria se estendêssemos mais os braços sem desconfianças e apegos para assim nos transformamos em qualquer coisa diferente do éramos no instante que já passou. É uma construção por meio dos detalhes. Detalhes do ahimsa, da paciência, da coragem, da dor e da luz. Os olhos apreciam, sozinhos, o que é importante, é só reparar e se deixar levar. Os registros ficam no coração: quietinhos, parados, nem quentes, nem frios, ali pra gente lembrar que está conectado.

Fernanda Yuri
Dia de muito amarelo

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Das tantas vezes que queremos diferente

Você pode ir a qualquer lugar, estar na companhia de todas as pessoas e ainda vai querer alguma coisa diferente. Por que é tão difícil estar satisfeito? Por que a gente parece sempre estar na busca de algo ao invés de estar presente com os nossos momentos? De alguns de meus caminhos, trago algumas reflexões que firmam mais meus pés a cada passo, mas confesso que muitas vezes essa firmeza some e lá estou novamente a pisar no ar. Foi com o Yoga que entendi, ou melhor, senti a conexão e a integração com algo não para além de mim, mas uma união comigo mesma. Na “prática” – e a dimensiono como prática da vida – a gente percebe que sempre tem a companhia da gente mesmo e que sempre poderá contar com as nossas “incríveis" opiniões. E pensar que por meio de nós mesmos, tantas descobertas são possíveis, só é preciso parar, silenciar, observar para vivenciá-las. Foi também com o Yoga que passei a desejar paz, muita paz, para todas as pessoas. Pois, afinal, quando existe paz, existe plenitude na existência, existe Yoga. A vida nos alerta de uma forma muito clara e simples: é quando um desconforto, um sofrimento, um apego nos afrontam que devemos agir, com o corpo, a mente e o espírito, pois é ali onde está nosso elo com o samsara. Assim, ando um tanto satisfeita com o que a vida tem me dado e não querendo que as coisas sejam muito diferentes do que tem sido. Afinal, sei que os desafios já são muitos e que compreender os meus pequenos e grandes apegos já é, com certeza, trabalho para muitas vidas.

Fernanda Yuri
Maringá, dia de chuva fresca e de malas prontas

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Um ano por nós

Quando encontramos na amizade aquele espaço importante para compartilhar idéias, bons momentos, apoio e suporte para as horas necessárias, podemos dizer que compartilhamos vida. Vida que se mostra cada vez mais bela, misteriosa e que escorre pelos dedos. Vida que se manifesta em gotas de chuva ou dor no peito। Mas é tudo vida. Que alegra, que faz chorar, sorrir, amar, dizer, pensar, calar. E a gente em busca constante de significados concretos e explicações palpáveis de que há uma resposta pra tudo. Das conversas pós-aula de Yoga, palavras perplexas numa mesa de bar qualquer, uma leitura compartilhada, uma música apreciada, arte e poesia que comoveram e tudo o que nos fizeram entrar, vasculhar e enxergar um pouco para além de nós e para nós mesmas, surge daí o Sendo Pensamento. Para a lucidez e a diversão nossa. Para celebrar a nossa amizade. Para celebrar a vida e tudo que dela faz parte.

Fernanda Yuri e Eny Caldo