sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sem saber

Eu gosto das coisas sem forma e sem presença mesmo. Sabe aquela pessoa misteriosa que escreve no blog adorado, personagem predileto de livro, namorado fantástico da amiga? Todos eles deveriam permanecer fantasmas. Assim a fantasia permanece, sempre lá, a ser sonhada. Quero furar os olhos de quem? Talvez os meus. Para não julgar com o olhar, para ser sensível pelos poros, pelos neurônios e por aquilo que a gente desentende. Tão bonito ser desentendido, não precisar de certeza nenhuma, se perceber que nem todos que simplesmente não sabem ou não se sentem mais nem menos que um outro que defende suas certezas. Hoje me disse um amigo que descobrira o motivo de sua vida. O dele é a música. O meu, descobri ontem depois de kilos de pensamentos soltos, é a não-certeza. Me desagarro de convicções, para quem sabe, viver o belo ao invés de achar que o entendo. Vivendo a amizade. Doces amigos, tríade de tantos risos descompromissados. Mesmo sem saber, a gente foi lá e se permitiu o encontro.

Fernanda Yuri
Dia em que a tríade quase foi beijada por um caminhão e riu.

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