sábado, 17 de janeiro de 2009

Acúmulos, sustos e esparadrapos

Dia e noite, a mesma coisa. O sol levanta e se deita. A gente insiste na disparidade, no “meu”, no “teu”, e às vezes, arriscamos um “nosso”, daqueles “meu nosso” que lhe empresto enquanto me convém. Prefiro a descoberta quando a rigidez se desfaz. Porque tudo acontece. Somos aquilo que prossegue. Somos a impermanência. Como é possível segurar o ar que em tudo está e todas as formas possui? A vida é meio ar. Está presente, é tudo e de todos. É preciso esquecer do que se quer para alcançar além da intenção, para ouvir o silêncio. Somos mais do que acúmulos de desejos, medos, felicidades e frustrações. Somos a história das escolhas. Tudo criado a partir delas. Quais as sementes que nutrimos em nossos corações? De tudo um pouco faz o terreno fértil.

Fernanda Yuri
Dia de amontoados

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