sábado, 20 de dezembro de 2008

Ensina

Espaço para a gentileza na vida como a própria vida nos trata. Somos capazes de perceber, despertar e gratificá-la. A única transformação necessária. Sintamos o amor presente em todas as moléculas de qualquer composição. Tudo a esparramar-se. Nada querer para tudo ter. Nada temer e sempre viver. A névoa que embaça os olhos é somente o susto de enxergar, pois ainda nos entendemos pequenos, separados, conquistadores. Que importam os adjetivos? De certa forma, eles nunca me interessaram. Dificuldades com categorizações e ainda mais com agrupamentos. Semelhanças ou diferenciações para aquilo que é coisa única? Bom, posso ao menos ter interesse, pois a curiosidade é sempre diversão de criança, mas que seja sempre inclusiva e não de distanciamento. Não é preciso desejar ser, já somos e não há força maior do que um coração sincero. Obrigada por traduzir-se de tantas formas. Manifestando-se sempre a todo instante, captado pelos sentidos e pelos não-sentidos. Minha riqueza é poder percebê-lo e continuar. Poder compartilhar com tanta luz pelo caminho. Que minha gratidão seja sincera e sem qualquer desejo de garantias e que minhas insuficiências façam parte do despertar. Desejo que cada pessoa corresponda às suas próprias expectativas como a natureza faz e que doe sem restrições aquilo que é. Obrigada por existir tudo aquilo que perfuma os sentidos, não os excessos, mas o essencial, o suficiente. Obrigada por me permitir amar, com tamanha grandeza, as sutis descobertas. Posso dormir tranqüila, ao menos, essa noite.

Com amor,
Fernanda Togoro
Ano de 2008