sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A transbordar

Por meio do que transborda, surpreender a si mesmo...
Tarde, as palavras já se foram, me resta apenas um pouco de espontaneidade. Sei lá também o que é ser espontâneo. Dificuldades com traduções, registros que não quero. Passageiro como o vento. Aquilo que minha mente desconhece é o que mais me interessa. Lá, neste lugar que não sei, reina o coração e ele se sente livre, desperto, contente. As demais noções deixo aos outros. Processos diferentes que se ligam em estalo de dedos. E nos entre-caminhos a gente brinca como duas folhas no ar. Fotografia de um momento. Memórias e só. Tão bela e eu ainda continuo (ou não) a me perder em seus instantes, realidade criada. Fantasia? O que conduz todos à mesma rotina, aprisionamentos, buscas? Eu sei que sorri, ao canto, quieto por enxergar. Ser na vida coadjuvante é perceber tantos protagonistas. Dar e ganhar espaços. Pode seguir em frente, à vontade. Fico a balançar como as árvores com raízes fincadas neste terreno a orar silenciosa. E nos cumprimentamos “até logo, nos vemos em breve”, e sim, nos veremos. Deixa fluir o teu canto, como diz o poeta.

Alguma lembrança. Textura de pele de bebê. Gosto de bala de côco caseiro. Cheiro doce que todo mundo tem. Cor de carne iluminada por um foco de luz. Som das águas em corredeiras. Quando se une amor e liberdade: compaixão.

Fernanda Yuri
Dia de Profa. Lia Diskin

Um comentário:

Bianca disse...

Vindo no seu blog pra matar as saudades, Yuri. Muito bom te ver poetizar a vida.

bjs
Bi